Tratamentos de Hérnias Abdominais

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A hérnia da parede abdominal ocorre quando parte de um órgão (normalmente, alças do intestino delgado ou tecido gorduroso no interior do abdomen) se desloca, através de um orifício (chamado de anel herniário), através de uma fraqueza da parede abdominal

Esse enfraquecimento da parede pode ocorrer em consequência de um problema congênito ou pode estar associado a esforços em demasia ,exercícios físicos, gestação ou obesidade, que deixam a parede abdominal fragilizada.

O principal sintoma é dor local ao toque ou quando é feito algum esforço. Ao longo do tempo, surge um abaulamento. Se a hérnia for diagnosticada ainda no início é possível reduzir o conteúdo herniário, retornando-o para seu local natural.

O maior perigo da hérnia surge quando há a conjunção de dois fatores: grande volume do órgão deslocado – aumentando o conteúdo no saco herniário – e anel herniário estreito, o que dificulta o vai-e-vem do órgão. Esta situação faz com que o conteúdo herniário fique preso (encarcerado) no saco herniário e sujeito a provocar o estrangulamento herniário, que implica na torção das alças intestinais. A torção pode provocar obstrução intestinal, que tem como sintomas as cólicas abdominais e a dificuldade para eliminar gases e fezes.

Esse quadro é muito grave e exige cirurgia em caráter de urgência, pois a compressão dos vasos sanguíneos promove a gangrena da alça intestinal torcida e a sua ruptura. Consequentemente, ocorre uma infecção grave que se estende para a cavidade peritoneal, fazendo um quadro de peritonite aguda. Diante disso, a cirurgia é emergencial, pois há risco de morte.

As hérnias mais frequentes são:

Epigástrica: ocorre na linha média do abdômen , como resultado do afastamento dos músculos retos abdominais, localizados na parte anterior e central do abdômen, acima do umbigo.

Umbilical: surge exatamente na região da cicatriz umbilical, geralmente, quando uma alça intestinal atravessa o tecido muscular.

Inguinal: Atinge a virilha (zona de junção entre a coxa e a parte inferior do abdome) e corresponde a 80% dos registros da doença. Os homens são mais vulneráveis a esse tipo de hérnia e ainda sofrem o risco de terem a doença expandida para os testículos, desenvolvendo, assim, a hérnia inguinoescrotal.

Hérnias epigástricas: entre a cicatriz umbilical e o tórax, na linha mediana;

Hérnias incisionais: que aparecem no local de incisões cirúrgicas prévias;

Diagnóstico

O diagnóstico das hérnias da parede abdominal é essencialmente clínico. O médico faz o diagnóstico da hérnia quase que exclusivamente apenas com um exame físico bem feito. Na maioria das vezes se percebe apenas um abaulamento ou protuberância anormal, que acontece quando fazemos algum tipo de esforço aumentando a pressão intra-abdominal . Nos casos de hérnias muito pequenas e em pacientes obesos, pode ser necessário o uso de um exame de imagem como a ultra-sonografia ou tomografia.

Tratamentos de Hérnias Abdominais

O tratamento das hérnias é sempre cirúrgico. Não há tratamentos alternativos e o uso de cintas é apenas uma medida paliativa, que não evita o crescimento da hérnia, nem suas complicações. Atualmente o tratamento é feito através uso de próteses , telas para o tratamento das hérnias. A tela é feita de um material sintético, fina e maleável . É colocada sobre o defeito herniário e fixada com fios ou uma cola especial, produzindo uma reação tecidual do organismo no local.

A correção da hérnia por videolaparoscopia é uma alternativa interessante e também é feita com o uso de telas e tem algumas vantagens como menor incisão, menos dor pós-operatória e retorno rápido ás atividades.

As complicações mais comuns da cirurgia são o seroma (acúmulo de líquido semelhante à água de carne sob a pele), hematoma, infecção da ferida operatória, dor crônica na região e recidiva da hérnia.